Audiência Pública alerta sobre impactos causados pelo uso de agrotóxicos

Agência UEL

Além de Londrina, audiência já foi realizada em Curitiba, Campo Mourão e Maringá

Foi realizada nesta quinta-feira (9), no Anfiteatro Cyro Grossi, no Centro de Ciências Biológicas (CCB), audiência pública sobre "Uso de Agrotóxicos em Londrina". A iniciativa reuniu professores e alunos da UEL e convidados da Embrapa e Emater. A promoção é do Ministério Público do Trabalho (MPT-PR).


A audiência trouxe um panorama geral acerca do uso de agrotóxico no Brasil e também no Estado do Paraná, inclusive números alarmantes que colocam o país entre os maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. O professor Paulo César Meletti, diretor do Centro de Ciências Biológicas (CCB), destaca a importância do debate, dentro da Universidade, de temas importantes que impactam diretamente na saúde das pessoas e no meio ambiente. "O espaço acadêmico é destinado para discussão de temas e assuntos que afetam as pessoas. Neste sentido, a função da Universidade é trazer informações de uma maneira direta, clara, por meio do uso de linguagem acessível a todos". Ele reforça que a UEL é um espaço aberto à participação da comunidade.

Impactos - De acordo com Saint-Clair Honorato Santos, Procurador de Justiça e integrante da Coordenação Colegiada do Fórum Paranaense de Combate aos Agrotóxicos - responsável pela organização das audiências - as reuniões públicas são importantes por levar essa discussão adiante, acerca das consequências do uso do agrotóxico, com o objetivo de debater os impactos causados pelo consumo excessivo deles. Audiências públicas já foram realizadas em Curitiba, Campo Mourão e Maringá, como parte do Fórum Estadual de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, realizado pelo MPT.

Margarete Matos de Carvalho, Procuradora Regional do Trabalho, aponta a importância de debater o assunto junto aos universitários, dentro do contexto acadêmico. "O ambiente universitário é um espaço plural, com jovens que podem refletir e pensar sobre um assunto tão relevante, visando também o engajamento deles nessa luta", destaca.

Procuradora Margarete Matos de Carvalho, professor Paulo César Meletti, diretor do CCB, e Saint-Clair Honorato Santos, Procurador de Justiça, abriram os trabalhos


Conforme explica a procuradora, dois Projetos de Lei (PL) antagônicos tratam do tema. O PL 6670/2016 tem o objetivo de implementar ações que contribuam para a redução progressiva do uso de agrotóxicos, além de contribuir com a promoção da saúde e sustentabilidade ambiental. Já o PL 6299/2002 visa flexibilizar as regras da fiscalização e aplicação dos agrotóxicos.

Números - No Paraná, de 2012 a 2017, foram consumidos 557 milhões (quilos) de agrotóxicos. O glifosato, presente no arroz e no café, por exemplo, representa 30% do total (2017). Em Londrina e região, o consumo - período de 2012 a 2017 - foi de aproximadamente 30 milhões (quilos). Ou seja, em média, cada habitante consumiu em dois anos, o total de 10 quilos de agrotóxicos. A soja fica em primeiro lugar no uso do agrotóxico (52%), seguida da cana-de-açúcar (10%). 

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