Agência UEL
Projeto de Extensão desenvolvido pelos Departamentos de Zootecnia
e de Agronomia tem contribuído para a melhoria da atividade e da
qualidade de vida dos pequenos agricultores do Assentamento Iraci
Salete, localizado em Alvorada do Sul, no norte do Paraná. Ao todo são
60 famílias de produtores rurais, divididos em 12 hectares de área onde
são produzidas frutas, verduras, além da criação de animais.
As primeiras intervenções de pesquisadores e extensionistas da UEL
foram realizadas em 2007, quando os agricultores iniciaram a
produção de ervas para chá. Nos últimos anos, o projeto ganhou
amplitude a partir da organização da produção de polpa de frutas,
fornecendo os primeiros contornos para a estruturação de uma
agroindústria para o processamento de maracujá, manga, pitanga e
acerola.
Segundo a professora Ana Maria Bridi, do Departamento de Zootecnia,
coordenadora do projeto de extensão “Organização da Produção
Coletiva de Polpa de Frutas em Assentamento Rural”, os agricultores
contam atualmente com uma cozinha industrial em fase de
implantação para a produção das polpas. O local também deverá servir
futuramente para a produção de mandioca embalada, pronta para o
consumo, além de verduras higienizadas.
Outra proposta é mudar o modelo de produção de hortaliças para o
orgânico. O objetivo é adequar a produção para a merenda escolar,
uma vez que a partir de 2030 todo alimento servido nas escolas
públicas do Paraná deverá ser orgânico. Para que os assentados
possam se integrar a este projeto, é necessário iniciar os esforços a
partir de agora. Produtores que não migrarem para o modelo orgânico
estarão fora do programa da merenda escolar.
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“Prática extensionista está ligada ao compromisso social da Universidade, que precisa se
preocupar com o entorno e interagir com a sociedade oferecendo soluções”, observa a
professora Ana Maria Brid |
Segundo a coordenadora do projeto, a ideia de fabricar polpa de frutas
considera a boa produção do assentamento e consequente dificuldade
na comercialização. Os agricultores têm grande oferta durante a safra,
quando o preço da fruta consequentemente é menor. Dessa forma a
fabricação de polpas é recomendada para aproveitar e estocar o
excesso de frutas, uma atividade agroindustrial rentável, de rápido
retorno e investimento relativamente pequeno
A cozinha industrial conta com equipamentos como despolpadeira,
câmara de maturação e armazenamento de frutas, tanques de inox,
descascadora de mandioca e outros adquiridos nos últimos anos, a
partir de investimentos obtidos por meio de esforços dos
extensionistas.
Em 2015 a UEL foi contemplada com o Prêmio Santander
Universidades, concorrendo com mais de 23 mil iniciativas
desenvolvidas em Instituições de Ensino Superior do país. Na época o
projeto se chamava Assistência Técnica em Produção e Sanidade
Avícola em Assentamento Rural visando a Produção Sustentável. Os
recursos do prêmio foram integralmente investidos em equipamentos
e infraestrutura, garantindo a melhoria das condições de trabalho dos
agricultores.
Aprimoramento
Além de aprimorar a produção agrícola dos assentados, o projeto de
extensão cria oportunidade para que estudantes e professores
coloquem em prática os conhecimentos da academia e proporciona
novas experiências e aprendizado. Ana Maria explica que os
estudantes que participam do Grupo PET de Zootecnia também
colaboram para melhorar o nível de informação dos assentados do Iraci
Salete. Ela detalha que a Zootecnia tem muita proximidade com a
produção vegetal, uma vez que o currículo do curso inclui disciplinas
como Climatologia, análise e conservação de solos e controle de ervas
daninhas, por exemplo. Todas essas informações são importantes
para melhorar o trabalho dos pequenos agricultores.
Ela explica que com a exigência da curricularização da extensão, em
fase de implantação nos cursos da UEL, todos os estudantes de
graduação deverão participar de projetos, dividir experiências e colocar
em prática o aprendizado da academia. No caso dos estudantes de
Zootecnia, a exigência será de 400 horas de participação em projetos
de extensão.
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“Os estudantes têm de compreender as questões sociais e econômicas e saber escutar as
necessidades da sociedade”, diz a professora Bridi |
A professora observa que a prática extensionista está ligada ao
compromisso social da Universidade, que precisa se preocupar com o
entorno e interagir com a sociedade oferecendo soluções. “É diferente
de assistência técnica, é preciso entender que essa comunidade
também vai ensinar”, afirma. Ela acrescenta que os estudantes têm de
compreender as questões sociais e econômicas e saber escutar as
necessidades da sociedade. No caso do projeto que atende o
assentamento Iraci Salete, além do curso de Zootecnia, também estão
envolvidos professores e estudantes do curso de Economia, Farmácia,
Agronomia, e Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos.
A UEL também oferece alternativa e infraestrutura para os assentados
comercializarem sua produção. Duas vezes por mês os agricultores
participam da Feira da Cidadania realizada pela Pró-reitoria de
Extensão (PROEX) da UEL no Campus Universitário. O objetivo é
proporcionar locais para escoamento da produção e aproximar a
comunidade universitária de produtores e demais empreendedores
sociais que participam da feira. Um complemento para as ações
realizadas no Iraci Salete, visando a melhoria da qualidade de vida das
famílias
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