Como foi o Projeto Rondon para os alunos da equipe da UEL
por Lais Taine

Foram 17 dias de trabalho somados com 4 de viagem. A equipe saiu de Londrina em direção à Curitiba, passando por São Paulo e Rio de Janeiro, onde encontraram a equipe da Universidade Federal de Viçosa (UFV), parceiros de Operação.
Em São Luís, foram recebidos pelos militares e puderam assistir palestras sobre os trabalhos a serem realizados na Operação e participaram de atividades culturais da região. Os rondonistas também assistiram a demonstração dos soldados aos seus supervisores, com a presença do vice-almirante e coordenador geral do Projeto Rondon, no 24°Batalhão Barão de Caxias, onde ficaram instalados durante dois dias.


No dia seguinte, a equipe foi conversar com os Secretários do Município. Nessa visita puderam perceber as reais necessidades do local e o que poderia ser feito pela comunidade. Como o destino inicial da equipe seria Cidelândia, a viagem precursora foi perdida, por isso a conversa com os Secretários foi de grande ajuda para os rondonistas, algumas oficinas só foram organizadas a partir dessa reunião. “Eu mesma fui preparada para trabalhar com coleta seletiva, mas chegando lá eu descobri que eles não tinham nem a coleta normal, como eu ia pedir pra fazer a separação do lixo?”, Rosalba Adriane da Rosa, estudante de Geografia, sobre as mudanças de planos.
Nos próximos dias, formaram-se grupos que se deslocaram em cada região para as oficinas. Alguns estudantes ficaram na maior parte do tempo em áreas rurais e outros na área urbana. Algumas palestras tiveram grande interesse da população, passando do número de público esperado.



Lívia Maria Tavares Fontana, de Engenharia Civil e Bruna Mara Silva Secco, de Ciências Biológicas, também passaram pela área urbana e rural. Lívia falou sobre fossas sépticas em um formato alternativo e barato feita com tambor de 280 litros, falou sobre desidratador solar, aquecedor solar construído com material reciclável e iluminação com garrafas PET.
Bruna surpreendeu a comunidade ao mostrar a água contaminada encontrada praticamente em todas as regiões de coleta para análise. “A gente sentiu a necessidade de ensinar como tratar essa água em casa, mesmo que seja com água sanitária que é uma medida fácil, simples e barata. Eles precisavam de informação e ter a consciência dos riscos que corriam”.

A equipe pôde visitar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), onde apresentou oficinas aos estudantes de vários cursos do Instituto. “A gente imaginou que eles, estudantes, poderiam dar continuidade ao trabalho em Buriticupu. Alguns deles mantêm contato comigo, por e-mail, pedindo material, apresentação, conversando sobre os assuntos das oficinas... E isso é legal!”, conta Vinádio, animado com o resultado.

Bruna acrescenta: “Acho que a minha visão sobre a população, a cultura e o lugar mudou muito. Ver isso na TV, na internet, é uma coisa, mas vivenciar a realidade, poder estar lá, compreender as necessidades, a cultura, é bem diferente. Agora eu posso falar disso, emitir opinião.”
Todos voltaram com a sensação de trabalho cumprido e acreditam que os poucos dias de trabalho podem se multiplicar em muitos de desenvolvimento. O trabalho e conhecimento entregues retornaram como aprendizado para a vida, como a aluna Patrícia Andrade explica: “Eu fui e eu tenho certeza que mais absorvi, mais aprendi, do que levei. Acredito que o nosso trabalho tenha servido como uma injeção de ânimo para que a comunidade continue com aquilo que aprendeu”.
Comentários
Postar um comentário