Projeto auxilia estudantes na escolha da profissão
Fonte:
Agência UEL de Notícias
A escolha profissional costuma ocorrer num período muito
conturbado para os estudantes: a adolescência. Além da preocupação com o
vestibular e a futura profissão, os adolescentes se deparam com diversas
questões pessoais de autoconhecimento e autoafirmação.
Para auxiliar os estudantes nesse período da vida, o projeto
de extensão "Adolescência e a questão da escolha profissional:
atendimentos em grupo e individual na Clínica Psicológica da Universidade
Estadual de Londrina", com mais de 20 anos de existência, trabalha com
estudantes na escolha de uma profissão e, principalmente, nas angústias vividas
nessa etapa.
Coordenado pela professora Rosemarie Elisabeth Schimidt
Almeida (Departamento de Psicologia e Psicanálise), o projeto atua com
adolescentes do Ensino Médio de Londrina, como Vicente Rijo e Instituto Federal
do Paraná (IFPR) e outras 13 escolas. Em 21 anos, foram realizados 180
atendimentos individuais e 500 pessoas foram atendidas nos grupos. O projeto é
renovado a cada três anos e o término deste ciclo é em junho de 2018.
Segundo a coordenadora, o projeto desmistifica a ideia de
que fazer a escolha da profissão é um teste psicológico. "A orientação é o
momento para o adolescente refletir sobre as angústias vividas no período. Ela
auxilia nas escolhas e os coloca em contato com as questões que geram
angústia", explica. Além disso, o projeto busca atuar na melhoria da
qualidade de vida dos adolescentes, através da prevenção de problemas
relacionados à escolha da identidade profissional, proporcionando saúde mental.
De acordo com Rosemarie, a adolescência é um período de
transição, com mudança do corpo, do relacionamento com adultos e do encontro
com sua individualização, por isso gera muitos medos. Fato curioso é que a
adolescência é dividida em três fases: a inicial é dos 14 a 16 anos; a média,
de 17 e 18; e a final, que prossegue até 25 anos - quando já se acreditava ser
a fase adulta.
No Brasil, a adolescência é uma questão psicossociocultural
e é considerada terminada quando o jovem tem uma profissão, independência
financeira e um relacionamento duradouro ? etapas que demoram para ocorrer,
passando até dos 25 anos de idade.
Apesar de ver um crescente aumento pela orientação
vocacional nos últimos anos, a professora afirma que é preocupante o número de
estudantes que abandonam o Ensino Médio no Brasil, entre 40% e 60%. Segundo
ela, "o adolescente está sem perspectiva, porque os pais não a têm. Há um
desamparo que ultrapassa as gerações. É preciso olhar mais para os adolescentes
que serão os adultos de amanhã. Os adultos precisam passar esperança para
eles", afirma.
Orientação vocacional - Rosemarie explica que os atendimentos são em grupo ou individualmente.
São realizadas entrevistas
clínicas, com uso de instrumentos de avaliação do potencial intelectual,
habilidades, interesses e traços de personalidade e técnicas de dinâmica de
grupo. O objetivo é sensibilizar os estudantes para uma reflexão sobre a
escolha profissional como parte do processo de construção da identidade
pessoal. "Interessa muito mais o processo do que o curso que o estudante
vai escolher - isso é só um resultado de toda a orientação", afirma
Rosemarie.
São abordados também pontos que desmistificam os cursos da
moda e o status que podem trazer, sendo trabalhada mais a identificação do
estudante com alguma área, independente do possível retorno financeiro. Outro
ponto é a escolha de cursos do Ensino Técnico, caso o adolescente se identifique
mais com profissões dessa área.
A coordenadora do projeto afirma que é comum os estudantes
mudarem de escolha profissional, por ainda não estarem maduros para fazer a
escolha. Modificar o curso ou desistir da carreira são atitudes muitos comuns,
que não devem gerar constrangimento para os estudantes.
Nos atendimentos, atua uma equipe de monitores de quatro ou
cinco estudantes de Psicologia da UEL, com supervisão da professora Rosemarie.
Ela explica que o processo é muito interessante também para eles, que se
colocam em situação de autoconhecimento e analisam a escolha feita, já que
muito se encontram na terceira fase da adolescência.
Além do atendimento na Clínica, o projeto realiza eventos
para os estudantes. No ano passado, por exemplo, foi realizado um workshop para
os estudantes Curso Especial Pré-Vestibular da UEL (CEPV), no qual fizeram uma
reflexão com os alunos para gerar autoconhecimento e então aplicar o teste
psicológico.
Serviço - Para participar do projeto, os interessados
podem se inscrever na Clínica Psicológica da UEL, pelo telefone (43) 3371-4237,
ou pessoalmente, de segunda a quarta-feira, das 8 às 21 horas, ou de quinta a
sexta-feira, das 8 às 18 horas.
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