Projeto da UEL incentiva adoção sem preconceitos e estigmas

Agência UEL


Dia 25 de maio é Dia Nacional da Adoção

Neste sábado, 25 de maio, é Dia Nacional da Adoção. No Brasil, o tema ainda é um desafio, pois é cercado de preconceitos e estigmas. Chama atenção no país o perfil desejado pelos pretendentes cadastrados, portanto crianças brancas e mais novas, perfil diferente da maioria das crianças incluídas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA). Hoje, conforme números do CNA, coordenado pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais de 9.500 crianças e adolescentes aguardam adoção no Brasil. Por outro lado, a fila de pessoas dispostas a adotar soma quase 50 mil.

"Os mitos e preconceitos acerca da adoção são aos poucos superados, mas ainda existe falta de informação e estigmas em relação às famílias constituídas por meio da adoção". É o que afirma a professora Gilmara Lupion Moreno, do Departamento de Educação, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), coordenadora do Projeto de Extensão "Adoção e Acolhimento Institucional: uma proposta de formação continuada para professores e gestores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental de Londrina e região".

O trabalho de extensão é resultado do projeto de pesquisa "A cultura da adoção no contexto da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental: um estudo sobre concepções e práticas na organização do trabalho pedagógico", finalizado em fevereiro deste ano. A professora Gilmara, que trabalha com a formação do pedagogo, defende que a escola é o meio mais propício para desmitificar o preconceito acerca do tema. Ainda segundo ela, a Universidade pode auxiliar na construção de uma nova cultura da adoção.

Entre as atividades do projeto de extensão, a equipe promove o curso de capacitação "Escola, Adoção, Acolhimento Institucional e Formação de Professores". O projeto também conta com a colaboração da professora Cleide Vitor Mussini Batista, do Departamento de Educação, Maressa Rossini de Matos, Maria Vitoria Sudário e Vanessa Dantas Vieira, estudantes do curso de Pedagogia.

Como colaboradores externos, participam Luisa Medina Fermino Carlos e Rafaela Grumadas Machado, participantes do Instituto de Apoio à Adoção Trilhas do Afeto, Michel Gustavo Rossini de Matos, psicólogo do Núcleo Social Evangélico de Londrina (NUSELON) e Vânia Cristina Rossini de Matos, da Secretaria Municipal de Educação.

Além do curso, há a oferta da disciplina especial "Escola e Adoção", destinada a estudantes dos cursos de Pedagogia, Psicologia e Serviço Social. Como explica a professora, o objetivo é desenvolver junto a comunidade escolar, a cultura de adoção, reforçando o respeito com a constituição familiar, resultado da adoção. A iniciativa também visa desconstruir mitos e preconceitos de uma sociedade que ainda resiste ao debate sobre o assunto.

Gilmara Lupion reforça que a mídia pode auxiliar no sentido de aumentar a visibilidade da temática em nível nacional. "Quanto mais a gente fala sobre adoção, mais fácil será propagar uma outra forma de constituir família, que não é biológica", acrescenta a professora da UEL.

Avanços - Com o propósito de acelerar os processos, a legislação que rege a adoção no país, passou por alterações nos últimos anos. A Lei n. 12.010, conhecida como Lei da Adoção foi transferida do Código Civil para o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em 2017, mudanças no Estatuto reduziram prazos e reforçaram o instituto da adoção dentro do sistema e da proteção jurídica.

Professora Gilmara Lupion Moreno

O Portal da CNA, criado em 2008, traz informações estatísticas com diversos recortes e tem o objetivo de trazer transparência aos dados nacionais, além de contribuir com os juízes das Varas da Infância e da Juventude para que o andamento dos processos seja mais rápido.

A quem deseja se candidatar para adotar uma criança ou adolescente, são exigidos alguns requisitos como idade mínima, documentação, curso, entrevista entre outros. Veja o passo a passo, segundo o Cadastro Nacional de Adoção: Etapas da adoção .

Dados CNA - A região Sudeste concentra o maior número de crianças que aguardam pela adoção. São pouco mais de quatro mil. Seguidos da Região Sul (2.875), região Nordeste (1.404) e região Norte (381).

A ordem é a mesma quando o assunto é o número de pretendentes, pessoas interessadas em adotar uma criança ou adolescente. A região Sudeste com 22.158, seguidos da região Sul (12.662), região Nordeste (6.109) e região Norte (1.587).

Em seguida o estado de São Paulo (11.062), Rio Grande do Sul (6.239), Minas Gerais (5.783), e Rio de Janeiro (4.556). Já o estado do Paraná está na 5ª posição, com 3.633 pessoas aguardando na fila da adoção. 

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