Projeto Techninas está com inscrições abertas para monitoras

Agência UEL/Reinaldo C. Zanardi




O projeto de extensão "Techninas - Ciência e Tecnologia para meninas" está com a inscrição aberta para monitoras, que devem ser estudantes nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Para atrair interessadas ao projeto, a coordenação elaborou um vídeo apresentando a proposta, desenvolvida desde 2018. As inscrições para a monitoria vão até o dia 31 e podem ser feitas - AQUI. Podem participar estudantes da UEL e de outras instituições de Londrina.
Conforme a coordenação do projeto, o objetivo do Techninas é valorizar a participação das mulheres nas áreas de STEM, incentivando meninas de escolas públicas de Londrina a aderirem às atividades. São realizadas oficinas de raciocínio lógico, matemática, programação, eletrônica básica e robótica. Em 2018, foi realizado um projeto piloto no Colégio Estadual Albino Feijó, na região sul. Em 2019, o projeto foi realizado na Escola Estadual Olavo Garcia Ferreira da Silva, no conjunto Avelino Vieira, na região oeste.
O projeto Techninas é coordenado pelas professoras Maria Bernadete de Morais França e Silvia Galvão de Souza Cervantes, do Departamento de Engenharia Elétrica, do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU). Atualmente, o projeto conta com participação de 10 professoras e 17 estudantes da UEL, de diferentes cursos. Conforme a quantidade de monitoras inscritas, o projeto será ampliado para outro colégio, além da Escola Olavo Garcia.
Em 2018, passaram pelo projeto 10 meninas do Ensino Fundamental II e em 2019, 23 meninas. Os encontros eram realizados aos sábados à tarde, na própria escola. Ano passado, um dos pontos altos do Techninas foi a participação do grupo no 4º Robolon - Mostra Científica e de Automação de Londrina, promovido pelo Departamento de Engenharia Elétrica. Foi apresentado um protótipo de cidade inteligente, com a construção de uma maquete com ruas, casas e prédios que se iluminavam conforme era coberta, simulando a noite.
Nova etapa - A professora Silvia Galvão explica que o grupo começou em seus dois primeiros anos, com bastante participação, mas que chega ao final com poucas integrantes da comunidade. "Percebemos que tínhamos dificuldade para motivá-las, para entender seus principais problemas, em usar a linguagem adequada e procuramos o pessoal da Educação para nos ajudar", diz Silvia Galvão. "Somos bacharéis [sem formação de professor] e a licenciatura nos ajuda a compreender esse processo [ensino e aprendizagem]".
A partir dessa necessidade, a professora Diene Eire de Mello, do Departamento de Educação do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA), passou a ser colaboradora do Techninas. "É importante compreender que a nota é um item do processo de avaliação. É preciso acompanhar outros elementos como se dá a construção do conhecimento, a autoestima das meninas para verificar os resultados do projeto", afirma Diene Eire de Mello.
Conforme a professora Maria Bernadete Morais, o Techninas entra em uma nova etapa. Quando o grupo se organizava para ir à escola neste ano, o calendário acadêmico foi suspenso por causa da pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus, e, por isso, as atividades são realizadas de forma remota. Quando voltar à escola, o grupo pretende envolver mais a comunidade escolar, da direção aos professores das disciplinas correlatas ao projeto.
Crianças da Escola Estadual Doutor Olavo Garcia Ferreira da Silva - Conjunto Habitacional Avelino Vieira (FOTO: Arquivo/COMUEL)

Participação feminina - A estudante Taylla Theodoro, do 5º ano do curso de Engenharia Elétrica e monitora do projeto, afirma que sentiu necessidade de participar de um projeto de ciência e tecnologia para unir as poucas meninas que fazem o curso. Afinal, as áreas de engenharias e tecnologia são ocupadas majoritariamente por homens. O curso de Engenharia Elétrica, por exemplo, tem cerca de 20 mulheres contra mais de 200 homens.
"A gente já passou por situações complicadas. Se reprova é porque é menina; se vai mal é porque é menina. A gente sente isso", afirma Taylla Theodoro. A também estudante do 5º ano Rebeca Palma afirma que o mesmo comportamento - seja de menina ou de menino, como chegar atrasado à aula - recebe tratamento diferente. "Somos mais marcadas. Não precisaria essa situação", afirma Rebeca Palma. Ela diz que é gratificante acompanhar a evolução do projeto. "Cada vez mais estamos aprendendo. Isso é muito bom e nos faz crescer como pessoa e profissional".
A professora Maria Bernadete Morais afirma que as mulheres estão presentes nas áreas de ciência, tecnologia, engenharias e matemática, mas que há pouca visibilidade para as iniciativas. "Falta mostrar a representatividade feminina que existe". Ela cita por exemplo, o 1º Simpósio Brasileiro Mulheres em STEM, realizado em março último, do qual participou, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos.

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